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Sobre o debate de costumes e religião
Costumes e religião: até onde estamos nos submetendo a costumes simplesmente e até onde estamos seguindo preceitos religiosos?
O problema seria usar conceitos do ano 1446 antes de Cristo, quando Moisés teria saído do Egito com os Judeus, para reintroduzí-los fora de contexto no século XXI. As pessoas que assim o fazem agem porque fazem uma leitura descontextualizada do que a Bíblia diz e acabariam por deixar de lado a essência da religião, que é tornar o ser humano melhor e não um simples seguidor de regras.
É necessário entender cada época e como o conhecimento era relacionado à religião em cada uma delas para entender o que deve ser usado hoje como preceito religioso, sob pena de se empobrecer a própria religião. Quem não tem capacidade de fazer uma leitura contextual e se apega a literalismos, na verdade, não entende a Bíblia que tanto quer defender.
A leitura contextualizada do que a Bíblia contém traz muitas surprezas para quem é tradicionalista e nunca parou para analisar os porquês das coisas.
A contextualização dos conceitos é um exercício para muitos anos de análise e vivência. Por isto que as pessoas devem, antes de sair condenando, qualquer pessoa por costumes, ter a mente aberta para a diversidade da cultura e para o aprendizado contínuo, sabendo que o conhecimento não é dado, mas deve, sim, ser construído a partir da compreensão. A Bíblia é complexa e só pode ser entendida com o entendimento das disciplinas: história, sociologia, filosofia, biologia, geografia e, finalmente, línguas com destaque para a língua portuguesa, para que se entenda em profundidade o texto traduzido. Quem não tem domínio mínimo sobre estes temas, nunca deve se aventurar a ir apontando o dedo para ninguém, pois certamente estará propagando conceitos errados. Por exemplo: existem já igrejas inclusivas que aceitam o público gay. Que coisa chocante para alguns. Para outros, simplesmente a aceitação do que Jesus explica na passagem sobre os eunucos.
A leitura contextualizada, ou seja, a leitura que considera todo o conjunto da bíblia permite uma outra interpretação, mais coerente, e mais abrangente quanto a aceitação deste tema. Uma leitura correta nunca pode deixar de ser contextual, de onde sabe-se que por interpretação acadêmica correta, não existe motivos para condenar, por exemplo, a homossexualidade. Surpreendente não é mesmo? Sim! isto ocorre porque ninguém se dispõe a estudar e incorpora opiniões prontas da tradição. Qualquer professor que saiba interpretar textos de história, filosofia, língua portuguesa pode explicar isto em pormenores. Mas, adianto que é realidade. É o mesmo caso de se condenar quem come carne de porco ou come peixe sem escamas. É uma prescrição que se encontra na mesma lógica, no mesmo livro, mas que as igrejas gostam de ressaltar para condenar as pessoas porque a tradição assim ensinou sem nunca ensinar a se verificar, ou seja, o conhecimento é aceito como correto e nunca verificado em suas bases. Analisar, quase ninguém o faz e passa-se a reproduzir estes conceitos, já demonstrados como errôneos. E o público não tem acesso nem mesmo a informações de qualidade para saber analisar. E então, muitos saem pregando como que pregassem contra pessoas, causando atritos no seio da sociedade, quando deveriam pregar a paz. Terminamos por fazer exatamente o oposto do que Jesus ensinou. Interessante, não é mesmo? Por isto que de um modo geral até mesmo a igreja admite um afastamento dos intelectuais, o que é admitido nas entrelinhas do discurso de muitos cristãos. Um erro grave, pois fora da intelectualidade, não existe cristianismo. Uma religião que prega o entendimento não pode sobreviver de verdades pré-formatadas e sem explicações. alguns dizem que o conhecimento intelectual é "do mundo". Entretanto este raciocínio também não é válido porque sem as ciências diversas como a história, a geografia, a sociologia, entre outras, não é possível entender a Bíblia. Claro que a opinião de intelectuais em geral diferirá da opinião dos membros das igrejas: os intelectuais pensam e por isto a maioria já descobriu que não há nada de pecado nas uniões homoafetivas, por exemplo. Mas de quem seria a culpa desta diferença de pensamento? Seria do imenso tempo em que a igreja se dedicou a aceitar verdades como coisas prontas e inquestionáveis, esquecendo-se de que as mesmas foram transmitidas por seres humanos susceptíveis a erros. De fato, quem se dispuser a estudar com cuidado socio-político-cultural a bíblia entenderá claramente, mas avisa-se que demandará tempo. Tempo: eis a diferença entre quem simplesmente aceita e quem analisa. O entendimento verdadeiro demanda esforço e tempo. Mas alguns preferem o caminho curto de adquirir as opiniões prontas de seus líderes, o que, aliás, é característica das igrejas, infelizmente. Cristãos nunca devem discriminar. Devem sim, pregar a salvação em cristo pelo seu reconhecimento como Deus, que ele de fato, para os cristãos. Está escrito: "o verbo se fez carne" - a confissão de fé que caracteriza quem segue a cristo, entendendo a sua mensagem, que no final das contas é o que deve ser pregado.

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